As boas notícias dos investimentos no transporte ferroviário do Paraná

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Dilceu Sperafico*

         É muito motivador saber que o Paraná, como maior produtor, transformador e exportador de alimentos do mundo está investindo recursos públicos e privados, através de concessões, no transporte ferroviário, visando a redução de custos para todos segmentos envolvidos, como produtores, comerciantes e consumidores. Com isso, a economia do Estado ganhará novo impulso, beneficiando setores produtivos e trabalhadores urbanos e rurais.

         Atualmente, para nossa preocupação, um conjunto ferroviário transportando grãos de soja, milho, carnes de frangos e suínos ou derivados, partindo do Oeste do Paraná leva mais de semana de viagem para chegar ao Porto de Paranaguá, a cerca de 600 quilômetros de distância. Após embarque da carga em navio, esses produtos levam mais um mês para chegar ao destino final, até porque a China e outros países distantes, estão entre os maiores importadores.

         Para se ter a ideia das desvantagens do agronegócio brasileiro, na questão do custo de transporte em relação aos demais concorrentes, como Estados Unidos e Europa, nesses países nenhuma carga de grãos, farelos e proteínas de animais, é transportada em caminhões por mais de 30 quilômetros, sendo transferida para trens e navios, com custo muito menor, até os portos de exportação. No Brasil chega-se ao absurdo de transportar trigo e milho do Sul do País até o Nordeste de caminhões, por estradas a beira do mar.

         Conforme autoridades e técnicos do próprio Governo do Estado, cargas de grãos e carnes em trens que partem de Cascavel, onde está o único ponto de embarque da região, devido a problemas do modelo de trilhos da Estrada de Ferro Paraná Oeste (Ferroeste), levam quase uma semana para chegar a Guarapuava, a 250 quilômetros de distância, que é apenas a metade do percurso até o Porto de Paranaguá. Para piorar a situação, o trecho restante, com muitos aclives, declives e curvas da Serra do Mar, foi implantado com projeto ainda mais deficiente.

Para nosso alívio, esse gargalo da logística de transporte do Paraná, pode ser superado com a licitação do projeto da Nova Ferroeste, com conclusão prevista para 2024 e perspectiva de participação de investidores estrangeiros. Assim, a primeira etapa do empreendimento poderá ser concluída na década de 30, incluindo a ampliação da estrutura de recebimento e embarque de grãos do Porto de Paranaguá e melhoria das linhas ferroviárias da cidade.

         O projeto que deverá transformar o transporte ferroviário do País,  beneficia o Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, envolvendo Governo Federal, Governo do Estado e iniciativa privada, com cerca de 1,5 mil quilômetros de extensão, desde Paranaguá, no Paraná, até Maracaju, no Mato Grosso do Sul, além de ramais de Cascavel a Foz do Iguaçu e Santa Catarina, o que significa atender as necessidades e interesses de algumas das maiores regiões produtoras, transformadoras e exportadores de alimentos do Brasil.

         Atualmente, o Paraná conta com malha ferroviária de 2,4 mil quilômetros, dos quais 2.039 quilômetros concedidos pelo Governo Federal e 248,5 km do Governo Estadual. Os produtos mais conduzidos pelo modal até o Porto de Paranaguá são soja e milho em grãos, farelo e óleo de soja e carnes frigorificadas. No retorno ao Oeste do Estado, os vagões trazem combustíveis, cimento, fertilizantes, calcário e produtos em geral, com benefícios que serão muito ampliados com os novos investimentos.

*O autor é deputado federal pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Estado

E-mail: dilceu.joao@uol.com.br

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