O Brasil, o Paraná e os avanços da industrialização de alimentos

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 Dilceu Sperafico*

Para o benefício da população e dos mais diferentes segmentos econômicos e sociais, o Brasil permaneceu como o 2º maior exportador de alimentos industrializados do mundo em 2022, atingindo vendas de 64,8 milhões de toneladas para 190 países, com destaque para proteínas animais, açúcares, farelos, óleos e gorduras.

Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), baseados no Valor Adicionado Bruto (VAB), que define a participação de cada setor da economia, sem considerar os valores dos impostos, como acontece com o Produto Interno Bruto (PIB).

Destaque importante desse desempenho está na priorização do abastecimento do mercado interno ou atendimento das necessidades da população brasileira. Prova disso é que as vendas para o exterior equivaleram a apenas 28% do faturamento total da indústria nacional, enquanto o mercado interno representou 72% do destino do varejo alimentar, somando 563,7 bilhões de reais no comércio tradicional e 208 bilhões de reais na alimentação fora da residência dos consumidores.

         Para nossa satisfação, orgulho e bem-estar social, a indústria de transformação do Paraná superou Santa Catarina e Rio Grande do Sul no ano de 2022, em termos de receitas, passando a ocupar a 1ª posição no Sul do Brasil e ficando em 3º lugar na escala nacional, perdendo apenas para São Paulo e Minas Gerais. De acordo com dados econômicos consolidados sobre o tema de 2020, o VAB da indústria de transformação do Paraná foi de 67 bilhões de reais, contra 66 bilhões reais do setor gaúcho e 57 bilhões do catarinense.

         O Paraná, portanto, é o Estado do Sul do País com o maior Valor Bruto da Produção Industrial (VBPI), alcançando 276,9 bilhões de reais em 2022, o que lhe garantiu a 3ª posição nacional, atrás apenas de São Paulo, com 1,1 trilhão de reais e Minas Gerais, com 337,5 bilhões de reais. Os valores nominais, sem considerar a inflação do período, são do IBGE e relativos a 2020, os últimos disponíveis e são informações específicas da indústria de transformação, que inclui a atividade industrial, com exceção da construção civil e extrativista.

         Conforme especialistas, São Paulo e Minas Gerais sempre lideraram o VBPI da Indústria de Transformação do País, em razão do grande número de unidades industriais e expressiva produção dessas unidades. Tanto que São Paulo responde por 34% do PIB Industrial nacional, com 26% do total das unidades e por 31% de todos os empregos gerados pelo setor de transformação do País.

         Os dois Estados são responsáveis por 44% do PIB Industrial nacional, além de contarem com mais indústrias de valor agregado, comparativamente ao Paraná, como é o caso de unidades automotivas e metalmecânicas. Graças ao seu crescimento recente, o Paraná já contribui com 8,5% do PIB Industrial do Brasil. Ocorre que a produção industrial do Estado deixou de ser pautada há muito tempo apenas em commodities como matérias-primas, com pouca transformação.

Nas últimas décadas, principalmente a partir de 1990, com ampliação do setor metalmecânico e crescimento de cooperativas agropecuárias do Paraná, com grandes investimentos em industrialização de alimentos, o setor se expandiu muito no Estado, resultando na forte expansão da área de transformação e beneficiando o abastecimento do mercado interno nacional e exportando para mais de uma centena de países. 

*O autor é deputado federal pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Estado

E-mail: dilceu.joao@uol.com.br

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