O Brasil e as ondas de calor com temperaturas recordes em diversas regiões

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                   Dilceu Sperafico*

As ondas de calor acima de 40ºC tem se tornado rotineiras em diversas regiões do País, mas reflexos da crise climática com altas temperaturas são temidos há mais de 30 anos, embora jamais tenham sido tão frequentes como nos últimos anos. No dia 17 de fevereiro último, por exemplo, foi registrado o que se chamou de “dia mais quente do ano”, com 42,2ºC no Rio de Janeiro, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O fenômeno climático causou aumento alarmante no número de atendimentos médicos, com mais de cinco mil pessoas buscando auxílio devido aos efeitos adversos do calor extremo. O calor realmente foi intenso, mas não chegou a desbancar a maior temperatura já registrada no Brasil pelo mesmo órgão federal. Para especialistas, é preciso entender que o planeta Terra já vive sob novo clima há décadas.

         Conforme dados do Inmet, o dia mais quente no País foi 19 de novembro de 2023, durante a primavera, em Araçuaí, interior de Minas Gerais, onde e quando foi registrada a temperatura de 44,8ºC. O fato aconteceu em meio à 8ª onda de calor daquele ano. Além disso, das cinco maiores temperaturas máximas históricas do País desde a década de 1960, quando teve início a coleta dos dados pelo Inmet, as três maiores não aconteceram durante o verão. Foram na primavera, considerando o histórico de medições e na sequência aparecem registros de 44,7ºC em Bom Jesus do Piauí, no Piauí, em novembro de 2005; e de 44,6ºC em Paranaíba, no Mato Grosso do Sul, em outubro de 2020. Depois disso há dois registros feitos no verão, época em que se espera maior calor. Foram 44,6ºC em Bom Jesus do Piauí, dessa vez em janeiro de 2006, e 44,6ºC em Orleans, no Rio Grande do Sul, em janeiro de 1963. Essa última, foi a única máxima de antes do ano de 2000. 

As maiores temperaturas máximas históricas do Brasil a partir de1961, segundo o Inmet, foram registradas em Araçuaí, Minas Gerais, de 44,8°C, no dia 19/11/2023; Bom Jesus do Piauí, Piauí, 44,7°C, no dia 21/11/2005; Paranaíba, Mato Grosso do Sul, 44,6°C, no dia 07/10/2020; 

Bom Jesus do Piauí, Piauí, 44,6°C, no dia 30/01/2006; Orleans, Rio Grande do Sul, 44,6°C, no dia 06/01/1963. Em 2024, que se disse haver sido o ano mais quente da história da meteorologia do planeta Terra, as cinco maiores temperaturas do Brasil foram registradas em Goiás, Estado de Goiás, de 44,5°C, no dia seis de outubro; Cuiabá, Mato Grosso, de 44,1°C, na mesma data; Aquidauana, Mato Grosso do Sul, de 43,7°C, no dia sete de outubro;

Miranda, Mato Grosso do Sul, de 43,3°C, na mesma data; e Aragarças, Goiás, de 43,3°C, no dia três de outubro.

         Conforme especialistas, o calor acima de 40ºC tem se tornado cada vez mais comum, embora ainda seja cedo para dizer que 2025 poderá bater o recorde de 2024, que foi considerado o ano mais quente não só no Brasil, mas em todo o planeta, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM). Assim, a “quebra de recordes” recorrente, ano após ano, já é realidade, por mais assustadora e preocupante que possa parecer. Em 2023 e meados de 2024 o Brasil estava sob atuação do fenômeno El Niño, que é caracterizado pelo aquecimento anormal e persistente da superfície do Oceano Pacífico na linha do Equador, com tendência de elevar as temperaturas. Na sequência chegou o fenômeno La Niña, marcada pelo resfriamento anormal das águas do mesmo oceano, mas que não foi suficiente para reduzir o calor no Brasil. 

*O autor é deputado federal pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Estado

E-mail: dilceu.joao@uol.com.br

Imagem:  ClimaInfo

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